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56 aniversario

"Mi trabajo son tus derechos"

Dia Internacional da Mulher

Veja o texto completo:

 

Por Marli Melo

 

As datas comemorativas são aqueles dias escolhidos para relembrar passagens históricas, conquistas importantes ou lutas que ainda estão sendo conduzidas por grupos, instituições, movimentos sociais etc.

 

E 8 de março, especificamente, é celebrado como um dia que marca a luta internacional das mulheres por seus direitos.

 

No Brasil, com a eleição da primeira mulher par a presidência da República em 2010 e com o 80º aniversário da conquista do voto feminino em 2012, abriu-se uma oportunidade ímpar para ampliar o debate e a reflexão em relação à participação política das mulheres nos espaços de decisão. Nós, além de votar, também queremos ser votadas, porque temos inestimáveis contribuições a dar para a vida institucional do Brasil.

 

Por isso, avaliamos que a reforma política é de suma importância, pois, entre outras questões, pode tornar a disputa eleitoral mais justa em relação às oportunidades. Hoje, 81 anos depois da conquista do voto feminino, representamos apenas 8,7% no parlamento brasileiro. Portanto, o desafio ainda é muito grande para ampliar o espaço de participação das mulheres nos fóruns de decisão das instituições.

 

Este ano, nossa Central comemora 30 anos de luta pelos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores brasileiros e, desde 1986, com a criação da Comissão Nacional sobre a Questão da Mulher Trabalhadora da CUT, vem pautando a luta pelo direito de oportunidades para homens e mulheres, na vida, na sociedade e no trabalho. Em seu 11º Congresso, realizado em 2012, aprovou uma resolução que garante a paridade nos cargos na direção nacional da Central.

 

Em 2013, ano em que completa seu 30º aniversário, a CUT, para comemorar o Dia Internacional da Mulher, adotou como tema a AUTONOMIA E IGUALDADE, com as seguintes bandeiras: descriminalização do aborto; salário igual para trabalho igual; participação política e poder paritário; igualdade de oportunidades e de direitos; garantia de direitos para as trabalhadoras domésticas; fim da violência doméstica; compartilhamento de trabalho doméstico e de cuidados; creches públicas – de qualidade e de tempo integral –; contra a mercantilização dos corpos e da vida; e licença maternidade de 180 dias para todas as trabalhadoras, do campo e da cidade.

 

E a CNMCUT, em seus 21 anos de trajetória de lutas, vem seguindo as orientações e os compromissos firmados com a Central Única dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, e intensificado as bandeiras de luta por mais igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.

 

No ramo metalúrgico, categoria ainda considerada majoritariamente masculina, representamos apenas cerca 18% da força de trabalho. Porém, já instituímos em nosso estatuto, desde 2011, a cota de 30% nos cargos de direção. Durante os últimos anos, temos intensificado nossos debates e campanhas pelo direito à creche, à licença maternidade 180 dias, direitos a salários iguais e contratação de mulheres; e já temos visto resultados disto nos acordos e convenções coletivas firmados desde 2010.

 

Não podemos deixar de apontar aqui a realização da 1ª Conferência Nacional de Negociação Coletiva da CNM/CUT, em novembro de 2012. Nela, mesmo estando em minoria, mas com muita organização, as mulheres conseguiram aprovar a cláusula de creche como uma das reivindicações da pauta do Contrato Coletivo Nacional de Trabalho, que a categoria quer que seja negociada nacionalmente.

 

O caminho que nos é colocado é difícil, árduo – como tem sido ao longo dos tempos. Porém, é muito gratificante, pois a luta das mulheres brasileiras vem, passo a passo, trazendo resultados concretos, através das políticas públicas, instituídas nos últimos dez anos e que foram frutos da participação do movimento feminista, cuja reivindicação principal é o rompimento da dicotomia existente entre a esfera pública para os homens e a privada para as mulheres.

 

Assim, neste mês internacional das mulheres, quero parabenizar todas trabalhadoras/os metalúrgicos/as que têm diariamente intensificado a luta pela garantia dessas conquistas para que se tornem permanentes. Deixo também um especial e carinhoso agradecimento e o convite para continuarmos sempre nessa luta!

 

* Marli Melo é secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT e secretária geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Campina Grande (PB)

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